Um novo fármaco, o anticorpo monoclonal donanemabe, apresentou resultados promissores em testes clínicos de fase 3 conduzidos pela farmacêutica Eli Lilly. Publicados no Journal of the American Medical Association (JAMA), os resultados indicam que o donanemabe pode retardar o declínio cognitivo em até 60% em pacientes nos estágios iniciais do Alzheimer.
O medicamento age eliminando aglomerados da proteína beta-amiloide no cérebro, uma característica do Alzheimer. Os testes envolveram 1.736 pacientes de oito países, todos com comprometimento cognitivo leve. A administração intravenosa do fármaco a cada quatro semanas durante 18 meses resultou em uma redução significativa nas placas de beta-amiloide, em comparação com o grupo placebo.
Particularmente em pacientes com baixa concentração de tau no cérebro, o declínio cognitivo foi 60% mais lento em comparação com o grupo placebo. Esses resultados representam um marco no tratamento do Alzheimer, uma vez que a doença afeta milhões de pessoas em todo o mundo.
No entanto, é importante destacar que os medicamentos podem causar “anormalidades de imagem relacionadas à amiloide” (ARIA), que, em casos raros, podem levar a convulsões e hemorragias cerebrais. Cerca de um quarto dos participantes do estudo da Eli Lilly desenvolveu ARIA, sendo mais comum em portadores da variante genética APOE4, associada ao risco de Alzheimer.
Apesar dos desafios, o donanemabe representa uma inovação significativa no tratamento do Alzheimer. O fármaco já está sob análise da FDA, e a Eli Lilly espera uma decisão até o final de 2023.
Para mais detalhes, leia a matéria completa em IPEA.
Fonte: Artigo original publicado no IPEA – Centro de Pesquisa em Ciência, Tecnologia e Sociedade.
(https://www.ipea.gov.br/cts/pt/central-de-conteudo/noticias/noticias/372-novo-farmaco-consegue-retardar-declinio-cognitivo-causado-pelo-alzheimer)